quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O Homem de olho azul!

Obs: Este é um conto Austríaco que meu bisavô aprendeu com meu tataravô, passou para minha avó que passou para minha mãe que contou para mim, e eu gostaria de compartilhar com vocês!!


                                                          O Homem De Olho Azul


   Era uma vez um moço chamado Felipe. Ele era um homem jovem, de 23 anos que vivia com a mãe ( da qual tinha muita afeição) e com a cadela em um pequeno vilarejo situado na antiga Londres. Era um homem bonito, de olhos cor de mel, cabelos cacheados loiros que pareciam cabelos de anjo.  Era um moço de origem muito humilde, porem muito trabalhador. Ajudava sua mãe com todas as tarefas da casa e trabalhava dia após dia, (mesmo sem ganhar muito). Porem mesmo ele sendo pobre, era feliz.
  Ah, eu não posso esquecer de que ele também tinha uma parceira e tanto que o acompanhava em todos os lugares desde que era criança... Sua cadela chamada Gold.
  Felipe ganhara Gold, em uma noite nebulosa, era o dia de seu 10º aniversario. Seu pai estava chegando em casa depois de um dia cheio, cansado como de costume, mais feliz por poder ver seu pequeno garotinho sentado em frente a lareira, e sua esposa cantarolando na cozinha enquanto fazia o jantar.
  Ele abriu a porta de casa, e no mesmo instante em que colocou os pés para dentro, escutou um latido vindo do lado de fora, era seu vizinho que para variar estava judiando de sua cadela que acabara de dar a luz a dois pequenos filhotes.
  Enquanto o vizinho não estava olhando, ele sentiu pena, e acolheu os dois filhotes em sua casa (já que eles estavam do lado de fora da casa pegando frio).
  Entrou em casa com os dois filhotes em suas mãos, e o jovem Felipe, alegrou-se ao ver aquelas duas pequenas carinhas lindas.
   - Feliz aniversário filho!
   - AHH... Pai são lindos. – Muito obrigado!
  - Certo, mais eu quero que cuide muito bem deles, certo?
  - Sim, eu prometo – falou o menino com os olhos cheios de agua, que escorriam pelo seu rosto.
  Ele cuidou muito bem deles, porem depois de três dias, o mais novo morreu por ser tão frágil, não conseguira sobreviver depois de ter passado uma noite na chuva (antes de ter sido “adotado”)
  Então restou apenas a Gold, que desde então nunca mais se separou de Felipe. Era sua melhor amiga.
  Mais eu não vou mais falar disso, este não é o foco da nossa historia.
   Naquele vilarejo, nunca acontecia nada. La só havia um coreto pequeno porem belo, e uma igreja. Pouca atração publica oque não havia muito turismo.
  Porem, um dia chegou uma carroça toda colorida, cheia de fitas e faixas presas do lado de fora... Era o circo que parecia se aproximar da casa de Felipe.
   - Venham, Venham! O circo esta chegando á cidade daqui a três dias, venham ver nossas fantásticas atrações que iram deixa-los cheios e magia!!!!!
   No dia seguinte após este comunicado, logo após voltar do trabalho, sua mãe o informou de que o circo estaria na cidade pela primeira vez em cinco anos, e como ele nunca se divertia e só trabalhava, ela achou que seria uma boa ideia que ele fosse se distrair um pouco.
 - Meu filho, você só trabalha e nunca se diverte, vá ao circo, e se divirta por nós dois. – ela disse
- Mas mãe, eu tenho que trabalhar, tenho muito serviço para fazer e não posso me distrair.
- Não! Não! Não! Você tem que se divertir, só trabalha noite e dia, faça isso por mim! – ela disse, levantando-se de sua cadeira de balanço que ficava localizada perto a janela.
- Tudo bem, por você! – Felipe falou, para não deixa-la nervosa.
   Foi para a cama descansar. E enquanto tirava seus sapatos, Gold pulou em seu corpo.
   - Há, oi Gold me desculpe não ter lhe dado atenção. Bom agora eu tenho que dormir... Até amanha.
     Acordou pela manha, e enquanto colocava suas roupas, ouviu um barulho que se aproximava rapidamente.
   - E lá vem o circo – exclamou ele, bocejando.
  E lá foi ele. Viu palhaços, que faziam milhões de brincadeiras e cuspiam fogo pela boca, contorcionistas que davam cambalhotas pelos ares e se contorciam por todo o picadeiro, bailarinas que dançavam todo o tempo ao decorrer do espetáculo e até alguns animais como leões, macacos e até mesmo ursos domesticados.
O circo era enorme, todo colorido, nada que ele já tinha visto se comparava a isso, luzes piscavam por todos os lados, saiam faíscas e fogos de artificio do picadeiro, tudo se iluminara naquele pequeno vilarejo. Crianças corriam pela rua, idosos se animavam com a grande apresentação e até trabalhadores como ele tiraram o dia de folga para ver aquele grande espetáculo.
   O show pra valer começou com duas moças contorcionistas que conseguiam andar com as mãos invertidas dos pés, logo depois delas, chegaram dois elefantes todos enfeitados, cheios de panos coloridos em abundancia. E em cima dos elefantes havia dois homens cuspidores de fogo.
  Foi maravilhoso, haviam diferentes números de dança e de aberrações.
  Então de repente, chegou uma carruagem de prata puxada por belos cavalos brancos, todos ficaram abismados olhando em sua direção.
- Senhoras e senhores – Dizia o dono do circo segurando um alto-falante.
   Um velho barbudo, que parecia não fazer a barba desde que era jovem. Vestia lenços coloridos e uma roupa cheia de brilhantes e “aparentemente” pedras preciosas... Mais parecia um cigano.
- Essa e a nossa mais importante atração... Caro e respeitável publico, contemplem agora a nossa CIGANA! – disse ele, com um olhar deslumbrante e um sorriso forçado que pareciam não conseguir desgrudar da bochecha.
- Toquem os tambores!
Bum! Bum! Bum! Bum!...
  Todos se aproximaram para olhar mais de perto uma belíssima moça coberta por um gigantesco véu vermelho que saia daquela imensa carruagem.
- Você ai! – ela apontou o dedo em direção ao moço.
- Venha cá, eu quero ler a sua mão.
  Felipe, mesmo um pouco desorientado, foi. Sentou-se, e deu sua mão ah aquela bela moça que parecia conhecê-lo de muitos anos, um olhar penetrante como aquele, não se via todo dia.
- Eu vejo o seu passado, presente e futuro. Você è um moço extremamente honesto e trabalhador, e por isso o destino reservou-lhe uma surpresa... Você ira ganhar uma fortuna no jogo, e será rico em poucos meses. Mas lembre-se sempre de nunca se sentar na mesma mesa para jogar com um homem de olho azul, e se o fizer não se lembrará de nada oque lhe aconteceu, até que sua cachorra, o dê três lambidas no rosto, depois disso, suas lembranças e aventuras serão recobrados por sua mente.
   - Oque isso significa?
   - Eu não lhe dou explicações, eu apenas lhe dou o futuro, as explicações estão por conta do destino.
 E assim, o circo se foi deixando um grande impacto em todos os moradores daquela pequena vila.
   Depois de ouvir oque a cigana lhe disse, Felipe começou a frequentar bares á noite, após seu período de expediente, mas a principio, apenas observava os outros jogando, pois nunca havia feito aquilo antes e ele não estava disposto a perder o pouco que tinha.
 O moço começou a jogar depois de aproximadamente um mês de observação, e como o previsto, ele ganhava em todas as partidas em que jogava.
    Mas, um dia, um homem de capa preta e de olhos extremamente azuis chegou à cidade, e em uma cidade em que todo mundo se conhecia, ele era um completo intruso. Apareceu e observou o jogo. Notou o brilhante desempenho de Felipe, e perguntou se poderia jogar também. Mesmo achando um pouco estranho, todos concordaram e o jogo começou. O jogo ficava cada vez mais difícil e na medida em que foi se intensificando, os jogadores começaram a se retirar, para não perderem grande parte de seus bens. Ao fim, sobrou apenas o moço e o homem de olho azul na mesa.
- Vamos tornar este jogo mais interessante! – o misterioso homem disse.
- Como?
- Se eu perder, meu dinheiro e meu castelo serão seus e você poderá se mudar com sua mãe para lá, e deixarei o castelo, MAS se você perder terá que me dar toda a sua fortuna e ser meu servo, fazendo tudo oque eu quiser, senão nunca mais vera a sua família, e perdera a sua vida.
Mesmo sem saber como aquele homem sabia que ele tinha uma mãe que morava com ele, e como não estava acostumado a perder, o moço concordou, e a partida começou.
 Após horas de jogo, tanto o homem de olho azul quanto Felipe, estavam tensos.
  Mas, depois de horas de jogo, o homem de olho azul conseguiu, ele havia derrotado o moço que ganhava todas .
  - Estou perdido – Felipe pensou, enquanto limpava sua testa de suor.

- Esteja amanha seis horas em ponto
na minha casa ou perderá sua vida – E assim, antes que o moço pudesse lhe perguntar onde morava, ele sumiu no ar sem deixar rastro algum, como um vulto na calada da noite.
 No mesmo instante, o moço saiu desesperado perguntando a todos se sabiam onde era a casa do homem de olho azul, mais ninguém o conhecia, todos achavam estranho ele ter chegado no vilarejo e ter ido embora no mesmo dia, o vilarejo fica longe das estradas que davam caminho para outra cidade.
 Ele foi à floresta e perguntou a todos os animais, e assim começou sua incansável busca pelo castelo do homem de olho azul.
- Alguém sabe aonde e a casa do homem de olho azul? – ele perguntou a gorilas, onças, cobras, tamanduás, formigas, borboletas e até mesmo aos ursos (que não eram muito amigáveis com estranhos).
Mas ninguém sabia aonde era a casa do homem de olho azul. Depois de mais de meia hora procurando, ele já tinha falado com metade da selva, sempre perguntando a mesma coisa:
- Alguém sabe onde fica a casa do homem de olho azul?
Mas ninguém sabia. E o aconselharam que buscasse essa resposta aos seres da floresta. Depois de horas, perguntando a todos, um macaco o aconselhou que procurasse o rei da selva, o Leão, e que ele poderia saber aonde era a casa do homem de olho azul.
 Então ele começou a procura-lo, e por horas ficou procurando. Até encontrar uma enorme e monstruosa caverna, ele entrou e mesmo sem saber oque ou quem estava lá dentro, chamou pelo leão, que para sua sorte o atendeu (a essa altura, ele já estava desesperado).
- Senhor eu estou desesperado, por favor, você sabe onde fica a casa do homem de olho azul?
- Me desculpe, mas eu não sei. Você pode perguntar aos habitantes do, mar, talvez eles saibam onde fica a casa do homem de olho azul.
 Então o moço saiu novamente desesperado, atravessando toda a floresta. Até que então ele encontrou a beirada do mar e fez a mesma pergunta para diversos peixes: salmões, peixes palhaço, raias, tubarões e moreias.
- Algum de vocês sabe onde e a casa do homem de olho azul?
 Mas mesmo assim, ninguém sabia. Ate que então, um peixe o aconselhou a procurar a rainha dos mares, a baleia, que talvez ela soubesse onde ficava a casa do homem de olho azul.
   Já saiu ele novamente, procurando a rainha dos mares. Atravessou grande parte do território marítimo, até que então, há encontrou.
- Senhora baleia, eu estou desesperado, você saberia me dizer onde e a casa do homem de olho azul?
- Caro moço eu não sei, mais talvez você pudesse saber perguntando aos seres do ar, talvez eles saibam onde fica a casa do homem de olho azul.
 Então ele escalou a montanha mais alta, para poder se encontrar com os seres do ar, e fazer a mesma pergunta a eles. Falou com tucanos, papagaios, urubus, gaviões e gaivotas.
- Por favor, vocês sabem onde fica a casa do homem de olho azul?
 Mais ninguém sabia onde era a casa do homem de olho azul. Até que um pássaro o aconselhou a procurar a rainha do ar, a Águia que talvez ela soubesse onde era a casa do homem de olho azul.
  Ele foi até a casa da Águia, que ficava próxima a um desfiladeiro, uma arvore enorme lhe servia como vigia. Ela então, viu o moço se aproximando de seu território, e resolveu ajuda-lo.
- Por favor, senhora Águia, eu estou rodando pela floresta a horas perguntando há todos, mas ninguém sabe onde e a casa do homem de olho azul. Você saberia me dizer onde é. Eu preciso estar lá em dez minutos, senão perco minha vida!
- Sim, eu sei onde e a casa do homem de olho azul, eu posso levar-lhe lá, suba nas minhas costas e segure-se firme, o caminho é longo, e o tempo é curto.
 Então eles sobrevoaram pelas mais altas montanhas,
atravessaram belos vales, e por fim, avistaram um grande castelo, cheio de velas recoberto por um maravilhoso jardim.
- E aqui, a casa do homem de olho azul!
 Eles chegaram à porta daquela imensa mansão, e a águia ( antes de sair) lhe disse:
- Olhe meu rapaz, eu tenho de lhe dizer uma coisa sobre o homem de olho azul, ele e um homem perigoso e muito inteligente, nunca confie nele, e tome sempre cuidado!
  Então o moço bateu na porta. Estava com a mão tremula pressão forte e coração acelerado. Até que escutou um leve ruído.
- Pontual. Muito bom, eu gosto disso! – disse o homem de olho azul
- Entre e vá aos seus aposentos, suba e verá que é a primeira porta á direita, mais tarde lhe mostrarei a minha família. Ah, e o jantar será servido às oito horas em ponto.
 Mais tarde, o moço desceu e todos já estavam ao redor da mesa, olhando para ele.
- Essa e a minha família, minha mulher, minha filha mais velha e minha filha mais nova - O homem de olho azul fez sua breve apresentação e se dirigiu novamente ao seu lugar a mesa.
- Olá! – Ele disse com a pele aparentemente pálida.
 Após o jantar todos foram aos seus aposentos e o homem de olho azul informou ao moço que deveria estar na sala de jantar às seis horas em ponto para sua primeira tarefa.
   O moço subiu, organizou suas roupas, tomou um banho e descansou.
 No dia seguinte, lá estava o moço as seis em ponto na sala de estar, na frente do homem de olho azul.
- Hoje e a sua primeira tarefa, e se você não há completar, perderá sua vida!
- Eu farei tudo o que me disser senhor!
- Pois bem! Você está vendo está enorme camada de terra bem ali na colina?
- Sim senhor!
- Você terá que arar a terra, adubar a terra, plantar o trigo, colher o trigo, amassar o trigo e fazer o pão. E assim que tiver terminado de fazê-lo, deverá trazer os pães para mim ao meio dia em ponto, e se não trazer... Perderá a sua vida!
 Depois de revelada a tarefa que o moço teria de fazer, ele avistou aquela enorme terra que se estendia por todo o território do homem de olho azul se se encostou em uma árvore, e pensou para si mesmo:
- Estou morto! Estou morto! Estou morto! E impossível, como conseguirei arar a terra, adubar a terra, plantar o trigo, colher o trigo, amassar o trigo e fazer os pães a tempo de entregar a ele meio dia em ponto.
 Então, em questão de minutos, no alto da colina apareceu a filha mais nova do homem de olho azul, uma moça extremamente bela. Com um vestido de seda, cabelos lisos e loiros e lábios cor de rosa.
- Oque você esta fazendo, tem de começar logo, senão nunca conseguirá completar a tarefa a tempo.
- Você viu oque seu pai me mandou fazer. Eu tenho que arar a terra, adubar a terra, plantar o trigo, colher o trigo, amassar o trigo, fazer os pães e entregar ao seu pai ao meio dia e meia, isso é impossível, nunca sairei daqui com vida!
- Encoste-se a esta árvore, e relaxe.
 Assim, o moço dormiu por horas e horas, e meio dia e vinte e sete, a filha mais nova do homem de olho azul o acordou puxando-o pela camisa.
- Acorde! Acorde! Você deve levar estes pães para o meu pai, e vá rápido.
 Mas mesmo antes que moço pudesse perguntar a ela como conseguiu este milagre, já havia sumido no ar, como um anjo da guarda, ou pelo menos era como ele há via, como um anjo enviado pelos céus para tira-lo daquele circo de horrores.
- Muito bom! Meio dia em ponto – O homem de olho azul disse
- Agora se dirija ao seu quarto e descanse, terá um dia cheio amanha! Há e lembre-se, quero que me encontre neste mesmo local ás seis horas em ponto, caso contrário, perderá sua vida.
 Após isso, o moço foi aos seus aposentos e não conseguiu dormir a noite, pensando na filha mais nova do homem de olho azul, e como ela teria conseguido realizar tal proeza como aquela. Ele se virava e se revirava nos lençóis, mais continuava com aquela mesma dúvida que parecia pairar no ar. Ela havia usado magia, era uma bruxa ou algo parecido...
 No dia seguinte, ás seis horas em ponto lá estava ele, na sala de estar da casa do homem de olho azul. Mais uma manha, e seu pesadelo se estendiam por mais um dia. Mas ainda tinha esperanças de que seu anjo da guarda mais uma vez, o salvasse de mais uma das tarefas impossíveis que aquele homem pudesse lhe dar.
- Muito bom, seis horas em ponto – ele disse.
- Hoje você terá de fazer uma coisa diferente. Esta vendo o mar além de meu território? Bem, há vinte anos eu perdi um anel de ouro que tem para mim um grande valor sentimental, e hoje é o dia em que você me trará meu anel de ouro de volta, e quero que você me traga-me o anel neste mesmo lugar ao meio dia em ponto, caso contrário perderá sua vida! – e ele, como sempre, desapareceu.
 Então, depois de revelada a tarefa que deveria fazer, o moço se sentou no gramado e repetiu a si mesmo varias e varias vezes:
- Estou morto! Estou morto! Estou morto! E impossível, como poderei encontrar um anel perdido há vinte anos no mar e traze-lo de volta ao meio dia?
 Então, como da primeira vez, apareceu ela, a filha mais nova do homem de olho azul lhe dizendo as mesmas palavras:
- Oque esta fazendo, tem de começar logo senão nunca conseguira completar a tarefa que meu pai lhe deu!
- Seu pai ira me matar, e impossível eu encontrar um anel que ele perdeu há vinte anos no mar, o anel já deve ter sido arrastado por todo o mundo durante todos esses anos, é impossível encontra-lo a tempo.
- Vamos fazer o seguinte: Eu me amarrarei em uma corda e descerei ate as profundezas do mar para tentar encontrar o anel, e quando eu o encontrar, puxarei a corda três vezes para que você possa me puxar de volta. Mais cuidado com o canto das sereias, porque as sereias vão tentar te hipnotizar, e se você as ouvir, não sentira os puxões que eu darei na corda, assim eu vou me afogar no mar, e meu pai acabara com a sua vida.
- Certo, eu pegarei a corda!
 E assim foi ela, para as profundezas do mar tentar encontrar o anel de seu pai.
 Depois de um tempo, o moço começou a escutar sons e melodias magicas, era sim, o canto das sereias que começavam a entrar pelos ouvidos do moço cada vez mais alto e cada vez mais envolvente:
- ooooooooooouuuuuuuuuuuuuooooooooouuuuuuuuu uuuuuuuulllllllllllaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu!



E assim ele se deixava hipnotizar, cada vez mais e mais. ATÉ que a corda deu seu primeiro puxão, mais ele nem sentiu, hipnotizado pelo fascinante canto das sereias.
 La embaixo, a filha mais nova do homem de olho azul estava imaginando:
- Ai meu Deus, é hoje que eu morro neste mar, ele foi hipnotizado pelo canto das sereias e se eu não puxar com mais força, ele nunca se livrara da magia delas.
 E assim, a moça deu o segundo puxão, dessa vez mais forte. Mas ainda assim, moço não sentira nada.
 Novamente, quase sem forças para continuar, ela deu o terceiro e ultimo puxão, tão forte que, em um relance, quebrou a magia, e o moço começou a puxar a corda.
- Me desculpe, eu quase nos matei, não acredito que me deixei levar pelo feitiço das sereias.
- Não tem problema, oque importa e que você quebrou o feitiço, e não me deixou afundar nas aguas do mar, agora vá rápido, é quase meio dia, você tem de levar o anel ao meu pai, vá corra! – ela disse.
 Então lá saiu ele, correndo por meio do campo e chegando a casa do homem de olho azul. Mas por fim, chegou a tempo na sala de estar.
- Aqui esta seu anel senhor!
- Muito bom, conseguiu completar esta tarefa também, agora volte há seus aposentos que amanha é a sua próxima tarefa.
  O moço novamente voltou aos seus aposentos. Sentou-se na cadeira ao lado da cama, e passou a noite inteira lá... Quanto tempo mais ficaria naquele castelo cumprindo ordens que pareciam ser impossíveis, e por quanto tempo a filha do homem de olho azul poderia ajuda-lo sem ser pega.
  Seus olhos estavam perturbados, olhava pelos cantos vazios e escuros que já foram tomados pela noite, Felipe havia deixado sua mãe e sua cadela em casa, como elas estavam, estavam bem, mal, ele não sabia.
  Ficara a noite inteira pensando em como estavam às coisas em casa, e quando ele poderia voltar para reencontrar sua mãe, e Gold.
  Chegou à sala- de - estar as seis em ponto, na qual o homem de olho azul já o aguardava.
 - Ótimo pontual como sempre – o homem de olho azul exclamou
  - O que devo fazer hoje senhor?
  - Esta vendo aquela montanha ali? – ele apontou a uma enorme montanha na qual havia uma arvore tão alta, que parecia chegar ao céu.
  - Você terá que ir ate a arvore no topo daquela montanha, e ira escalar aquela arvore ate o topo, e terá de me trazer uma maça
  - Uma maça? Eu posso pegar a maça daquela arvore ali, elas estão bem maduras.
  - Eu não quero aquelas maças, será que você não consegue entender que a maça que eu quero não e uma maça qualquer? Ela é banhada a ouro, e é muito difícil de conseguir, porque ah um falcão que a guarda.
  - Agora vá, e não me aborreça com suas perguntas desnecessárias.
  - Me desculpe!
   - Ah, e agora vá, e volte com a maça as seis em ponto.
   E assim foi o moço caminhando pela montanha.
  Assim que chegou lá, viu aquela magnifica, porem enorme arvore que parecia não acabar mais... Desconsolável pensou ele:
   - Não tem jeito, eu estou morto.  Nunca conseguirei escalar aquela montanha e sair vivo para contar a história.
 Mais, o homem de olho azul começou a desconfiar de como o moço teria conseguido fazer todas estas tarefas sem problema algum, SIM ele teve ajuda, e só podia ser de sua filha mais nova, sempre com o coração mole, pensou:
- Ela deve ter se apaixonado por ele, mais amanha não terá volta ele será meu escravo eternamente, e ela por sua vez, será seriamente castigada!
 Mais a filha do homem de olho azul sabia que aquela tarefa era a mais difícil e após o jantar, quando todos haviam ido a seus aposentos, ela puxou o moço de lado e o levou há cozinha
- Escute-me, meu pai lhe disse que a tarefa de amanha é a mais fácil, mais não e verdade. Ele lhe pedira para domar os nossos cavalos. Cada cavalo é um de nós. O primeiro é a minha mãe, ela é extremamente perigosa, segure firme nela, e dome-a com as correntes que estão na porta do celeiro. O segundo é minha irmã, e ela é mais furiosa ainda, então tente não fazer nenhum tipo de movimento brusco com ela, pois ela te dará um coice que poderá lança-lo a metros de distancia. A terceira sou eu, e pode me tratar com carinho e calma, porque eu sou mansa. Por ultimo, o meu pai que é o mais veloz, por isso o mais violento de todos, cuidado na hora de montá-lo, pois se ele se assustar, começara a correr e provavelmente te arrastará com ele.
Já era uma hora da manha, e a filha mais nova do homem de olho azul sabia que se não fizesse algo logo, a vida do moço estaria por um fio, ela tinha de leva-lo embora, para longe, um lugar onde seu pai nunca imaginaria, mas onde?
 Depois de pensar em como poderia realizar seu plano para salvar a vida do moço, ela saiu da cama, colocou os chinelos e o casaco, e cuspiu por todo o chão de seu quarto.
 Logo após isso, ela correu aos aposentos do moço, entrou no quarto e se dirigiu a sua cama.
- Vamos acorde rápido, tenho que tira-lo daqui senão meu pai irá te matar, não tem jeito de você conseguir domestica-los sem morrer antes, eu vou te tirar daqui agora.
- Tudo bem, mas como viajaremos tão rápido a ponto de seu pai não conseguir acompanhar a gente?
- Eu tenho um plano, agora vista alguma coisa e venha comigo – ela disse com uma expressão de nervosismo, o coração batia mais forte, e sua respiração estava aflita.
Então eles saíram de mãos dadas correndo pelos corredores daquela mansão enorme, a aflição subia cada vez mais em seus corações.
Ao saírem da casa, bateram a porta, algo que não deveriam ter feito... O homem de olho azul sentiu alguma coisa estranha.
Foi ao quarto de sua filha, e bateu na porta:
- Filha, você está ai?
- Estou aqui!
 Mais como isso pode ter acontecido. Haha se lembram dos cuspis que ela deu no quarto pouco tempo antes de sair de lá, como isso poderia ser explicado. Há apenas uma explicação nem um pouco racional, magia, a fonte que alimentava as forças do homem de olho azul, e a força que alimentava sua família também, cada cuspida que ela tinha dado no chão representava uma fala, oque com certeza não enganaria o homem de olho azul, mais o atrasaria pelo menos por uma meia hora, tempo suficiente para que eles tomassem distancia de seus horizontes.
 Chegaram no celeiro e montaram no cavalo da filha mais nova do homem de olho azul, e, em pouco tempo já tinham atravessado boa parte do caminho.
Mais, a cada vez em que o homem de olho azul ia ao quarto da filha e fazia aquela mesma pergunta:
- Filha, você está ai?
- Sim, estou!
Ficava cada vez mais desconfiado de que haveria alguma coisa errada. Até, que depois de meia hora em que ele ficava indo e voltando ao quarto da filha, não haviam mais cuspis para responder por ela.
- Filha você está ai?
-..........
E ninguém respondia
- Filha você esta ai?
-.........
 - Eu sabia, ela fugiu para ficar com ele, mais isso não ficará assim.
Então, ele saiu correndo com seu robe e, chegou ao celeiro. Viu que ao cavalo de sua filha não estava mais lá, e confirmou sua duvida.
 A essa altura, os dois já estavam longe da casa do homem de olho azul, mas a filha mais nova dele sabia que isso aconteceria, sabia que seu acavalo era o mais rápido de todos e que eles teriam de progredir muito para não serem “incomodados” por ele.
 O homem de olho azul colocou a cela em seu cavalo e saiu galopando com um olhar de louco, como se nunca tivesse ficado tão furioso em toda a sua vida. Após uma corrida de 45 minutos sem parar, ele finalmente os avistou, além da neblina daquela madrugada chuvosa.
 La estavam eles, os dois no mesmo cavalo, o moço guiando-o, e a filha mais nova do homem de olho azul na traseira avistando seu pai chegando tão perto, que no meio da neblina se via os olhos vermelhos, e os ouvidos que quase saia fogo por eles.
- Corra, corra rápido, meu pai esta se aproximando de nós!
- Eu estou correndo o mais rápido que posso!
 Mas, como ela sabia que seu pai os encontraria, levou com ela um lenço, um pente e um cantil d’agua.
 No momento exato em que ele estava quase os agarrando com toda aquela fúria que estava estampada em seus olhos, ela jogou seu lenço para trás, que imediatamente virou uma enorme cortina de areia que estava o encurralado. Atrapalhou-se um pouco, mas depois de alguns minutos, já estava perto dos dois novamente, desta vez mais furioso do que antes.
 - Rápido segure no meu vestido, eu irei me
virar e ficar de frente para o meu pai.
- Mas, é muito perigoso, você pode cair!
- Nós temos que fazer isso, por favor, confie em mim. Aliás, eu sei que você nunca me deixaria cair!
 E assim ela se virou e ao ficar de frente para seu pai, percebeu que não era mais apenas raiva que cercava sue coração, era uma obsessão, algo que ele mal podia controlar como se fosse a única coisa que ele quisesse fazer na vida.
 Quando novamente estava se aproximando, ela jogou o pente em direção a ele, e este se transformou em uma grande floresta de espinho que continham (dentro deles), um perigoso veneno que podia paralisá-lo com um só toque.
 Mas nesse momento a filha mais nova do homem de olho azul se desabou em lagrimas:
- Nunca pensei que meu pai chegaria a esse ponto, e muito menos que eu teria que fazer isso para ter finalmente a liberdade, o amor de alguém.
- Calma, seu pai apenas não entende seus sentimentos, espero que um dia possam se acertar.
- Tomara! – ela enxugava as lagrimas daqueles perfeitos olhos verdes.
 O homem de olho azul demorou um pouco para se livrar de todos aqueles espinhos, mais por fim, conseguiu e continuou a cavalgada.
 Pela terceira vez ele se aproximava, mais antes de qualquer coisa, ela jogou o cantil d’agua, que por sua vez, se transformou em uma onda gigantesca, mas dessa vez, o cavalo de seu pai escorregou e caiu no chão relinchando de dor, era seu fim, foi deixado para trás.
 Então, depois de momentos tensos e desagradáveis, conseguiram se ver livres do homem de olho azul, que por sinal não voltaria tão cedo. Ao chegar em uma pequena cidadezinha em que toda a nossa história começou, o moço (como o previsto no inicio da história), teve um colapso de memória instantânea, não conseguia se lembrar de nada que havia acontecido.
- Quem é você?
- O que? Você não se lembra de mim? Mas, e tudo oque aconteceu conosco? Você tem de se lembrar.
- Não, me desculpe mais eu não a conheço! Eu nunca a vi na vida.
 Então ele se dirigiu a sua casa, deixando-a lá, sem dizer nada.
- Meu filho, a quanto tempo você esta longe de casa, que bom que você voltou, você esta bem?
- Sim, mas eu não entendo, eu a vi hoje de manha, quando você me convenceu a ir ao circo.
- Não meu filho, você está fora a mais ou menos uma semana, como você pode não se lembrar disso!
 Neste momento, sua cadela saiu do quarto correndo, e pulou em cima dele em um momento de felicidade, e deu-lhe três lambidas no rosto!
- Ai meu Deus, estou me lembrando. Onde está ela? Onde esta ela?
- Ela quem meu filho, de quem você esta falando?
- Da filha mais nova do homem de olho azul, do amor da minha vida, do meu anjo da guarda.
 E ao se lembrar de toda a sua viajem, ele saiu correndo pela cidade, e a viu montando a cela de seu cavalo com um rosto triste e desapontado.
- Você, você ai, onde está indo, porque não fica?
-Porque você não se lembra de... Você se lembra de MIM?
- É claro. Você é a mulher da minha vida, como poderia me esquecer de você?
- Porque quando chegamos á cidade, você agia como se não me conhecesse?
- Mas eu lembrei de tudo agora, e principalmente lembrei de o quanto você foi maravilhosa para mim.
- AI MEU DEUS!
- Venha, quero que conheça a minha mãe, e a minha cadela, você vai adorá-las.
 E então, o moço, a filha mais nova do homem de olho azul, a mãe do moço e sua cadela viveram felizes para sempre, ou pelo menos até hoje. Ah, e nunca mais ouviram falar do homem de olho azul, e nem de sua família.



                                                                                 Fim.


by: Familia Gio

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